No Talo

À cata de diversão nesta quarta pré-feriadão, fucei a seção Na Cidade do blog do Rio Fanzine , onde são listadas as seguintes atrações noctívagas:

QUARTA, 6* O craque Darren Emerson, ex-Underworld, toca no controvertido Pátio Lounge. Junto com ele, os DJs Roger Lyra, Rafael Abi Ramia e Kyra Dombrowski * O DJ alemão Heikki Eiden é o convidado de Nepal na pista dois da festa Digital Dubs, que enfumaça a pista um da Casa da Matriz* Na Fosfobox, tem Fosfochiq, com Léo Janeiro, Gustavo Tatá e Rafael Calvente.* Eu Amo Baile Funk. É o nome da festa que rola no Circo, com Catra, Tati Quebra Barraco e Dido, entre outros

A ponderar:

* Darren Emerson no Pátio Lounge é uma incógnita em função da freqüência safra 86 pra cima que criou a mencionada controvertida reputação do estabelecimento. É boate pra micareteiros, teens falsificadores de Identidade e demais energúmenos. Às vezes, um segurança da casa perde a cabeça e acaba cometendo excessos por lá. Papo de suspeita de homicídio. Mas pode ser que o DJ cultuado por conaisseurs da Eletonika atraia espécimes mais evoluídos.

* Segundo meu bagre Denis, a melhor opção do cardápio para esta quarta está na Casa da Matriz. Transcrevo suas razões: “O som em cima é um breakbeat neurótico, bom, porém, às vezes, cansativo sem a consumação de psicotrópicos como ecstasy. Embaixo, o som é uma batida tosca com um cara ao fundo gritando no banheiro. Mas as mulheres perdem a calcinha dançando. Muitos sujinhos freqüentam o local. A quantidade de homens é muito maior, mas sempre rolam umas pepitas.”
Da minha assimilação sem sensimillia (que?), entendo que o conceito por trás do Digital Dubs é o de recriar para a audiência Zona Sul, ou seja, de forma estilizada, a atmosfera tosco-roots dos Sound Systems jamaicanos, daí a graça rústica da fórmula loops poluídos e minimalistas encontram cordas vocais imersas em vasos sanitários, produzindo um efeito ininteligível Trenchtown style, pra juventude dourada com a cabeça feita de green. Mas breakbets caribenhos sob a influência psicotropical (conexão Jahmaica, Medelin & Rio) redefinem o significado do vocábulo Diversão.

* Fosfochiq dispensa um exame mais minucioso. É na Fosfobox, pico já GLS em dias normais. Numa noite de confraternização glam addict, festa sodomita por excelência, a boite provavelmente se transforma em filial da Le Boy. Para maiores esclarecimentos, leia o blog passivo ortodoxo do Ronald Villardo, do Globo.

* Catra, Quebra Barraco e Dido no Circo Voador?? Tô farto da overdose de neo pornô funk carioca. Sou mais o death/trash metal do Slayer na Fundição Progresso, que ocorrerá na mesma data; o que aliás me faz lembrar um episódio deveras cômico acerca do entrecruzamento das tribos urbanas cariocas na contemporaneidade. Corriam os últimos anos da década de 80, ou o início dos 90 e a banda de Speed Metal germânica Kreator vinha ao Rio saciar o fanatismo de meia dúzia de adolescentes losers metaleiros. Em função da escassez de espaço para expoentes do Speed Metal na província da Guanabara, os deuses do metal encontraram abrigo somente na quadra da comunidade do Complexo do Alemão (divina ironia, não?). Ocorre que a negociação envolvendo o local do show foi bastante confusa, feita de forma amadora, com divulgação escassa. Chegada a data do evento eis que a patética meia dúzia de headbeangers vê-se acuada frente a insana horda de funkeiros irados pela não realização do baile naquele dia. Será que o épico duelo terá revanche nesta quarta na Lapa??