Wednesday, July 19, 2006
Fora da Ordem
Noves fora o aspecto apologético da perene fascinação que a transgressão marginal exerce sobre os filhos da fina flor da burguesia provinciana - claro sinal do fim dos tempos, exemplo emblemático da atual Era dos Valores Trocados, papo de "fin de síècle", Calígula, clima de putaria -, sucede que mesmo culturalmente a marginália lá de riba esbanja riqueza quando é comparada ao quadro de incipiência dos costumes autênticos visto nos diversos ethos das organizações ilegais nacionais.
A gangue dos Bloods ( captada por este vídeo traumaticamente THUG), que a la CV defende a cor rubra, desenvolveu, assim como seus rivais, os "bleus" Crips (que tem como padroeiro o finado Sam "Tookie" Willams), um vasto sistema de costumes subterrâneos, composto não apenas por gírias próprias, mas também pela linguagem gestual (um dialeto surdo e mudo gangsta), alta costura exclusiva e complexa modalidade de dança desenvolvida pelos próprios narco-trafics homicidas. Fantasio sobre o dia em que o C-Walk e a Blood Walk figurarão como opções em academias de jazz infantil e atividade aeróbica em Body Techs da vida mundo afora.
Ainda que não passe apenas de um delírio imbecil, vale lembrar que há não muitas décadas atrás era crime ser flagrado a céu aberto em pleno Rio de Janeiro praticando a perniciosa capoeira, sinônimo de vadiagem e não de brasilidade, como ela é reconhecida hoje, orgulho nacional exportado para o mundo todo. Não tardará o dia em que C e Blood Walks serão importadas pelo wannabismo tupiniquim, num movimento como (quem sabe? manifestem-se colegas sociólogos) o visto no processo antropofágico de assimilação do que é hoje conhecido como Funk Carioca , até contaminar a arraia miúda nacional, assim como rabos de arraia são canhestramente executados em Oslo.
Essa palhaçada de, eu queria ser cdf no ginásio e no segundo grau, mas como não consegui agora fico falando que nem viado tem que acabar. os verdadeiros descobridores de talentos (ou seja, o russinho) querem o seu nome gritafdo out loud.
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